terça-feira, 31 de março de 2009

PÁSCOA FELIZ

Trabalho elaborado pelos alunos da UEA
A equipa coordenadora do Jornal do Agrupamento deseja a toda a comunidade escolar uma Páscoa Feliz.

DIA MUNDIAL DA ÁRVORE

No passado dia 21 de Março festejou-se o Dia Mundial da Árvore ou Dia Mundial da Floresta. Este dia marca a chegada da Primavera, a estação das flores, das cores e da alegria. Com a chegada da Primavera, as flores desabrocham e as árvores parecem abrir os galhos, como se fossem braços para receber a luz do sol. Tudo se transforma num mundo de cores. As plantas ficam viçosas e coloridas, a relva verde e o céu azul.
As árvores não servem, somente, para embelezar as praças, avenidas e ruas, as árvores refrescam o ambiente. Isto acontece porque dão sombra e mantêm a humidade do ar. Além disso, as plantas ajudam a diminuir a poluição porque absorvem o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis e libertam o oxigénio de que tanto precisamos para viver.
As plantas são também verdadeiras barreiras que mudam a direcção dos ventos e filtram a poeira e fuligem. Mantêm o solo firme, sendo indispensáveis nas encostas, às margens de rios e mananciais. E isto sem contar com os deliciosos frutos que nos proporcionam. Outro factor importante é que muitos remédios podem ser feitos a partir das árvores.
A madeira das árvores tem uma utilização muito abrangente. É utilizada para o fabrico do papel, móveis, edifícios, lápis, tecido, filmes fotográficos e até para a alimentação. Uma vez que estamos sempre a precisar da madeira das árvores é muito importante que depois de as derrubar voltem a ser substituídas por novas.
Para comemorar a chegada da Primavera e, principalmente, Dia Mundial da Árvore, os alunos do curso de Jardinagem e Espaços Verdes, da turma E, do 6.º ano, no dia 23 de Março, plantaram algumas árvores de diferentes espécies, na parte traseira da escola, uma vez que carecia de árvores. As árvores plantadas foram: quatro Pinheiros Bravos, dois Cedros, um Loureiro, um Sobreiro e um Lilás.
Na disciplina de Cidadania e Mundo Actual, os alunos conheceram a história da comemoração oficial do Dia Mundial da Árvore, na disciplina de Ciências da Natureza, os alunos foram sensibilizados para a importância das árvores e para o respeito que devem ter perante a natureza e na disciplina de Jardinagem os alunos plantaram várias árvores. Desta forma, foi conseguida a transdisciplinaridade entre as estas áreas curriculares disciplinares e contribuir para um mundo melhor

Prof.ª Patrícia Marques

Loureiro

Sobreiro

Pinheiro Bravo

segunda-feira, 30 de março de 2009

PANCAKE RACE

Mais uma vez se tentou recriar na nossa escola uma tradição britânica da época pascal, A Corrida de Panquecas.
Trajados a rigor (frigideira, panqueca, avental e chapéu), os alunos percorreram um percurso, durante o qual os participantes tiveram que virar a panqueca três vezes sem cair ao chão.
Prof.ª Célia Soares e Prof.ª Elisabete Rasquete
Os vencedores: Luana do 5ºC, Samir do 5º A e João do 5º A

quinta-feira, 26 de março de 2009

SEGURANÇA RODOVIÁRIA … quanto antes melhor!

É verdade. Conforme anunciámos no post anterior, o nosso Polidesportivo recebeu, uma a uma, todas as turmas do 1º Ciclo para um evento muito animado e participado: as sessões práticas de Segurança Rodoviária!
Com a ajuda dos sinais, rotundas e passadeiras construídas pela Junta de Freguesia, as crianças condutoras (em bicicleta, patins ou trotinetes), peões e polícias desempenharam (e muito bem!) o seu papel, colocando em prática as ideias e noções que lhes foram transmitidas durante a sensibilização.
Os agentes da Escola Segura dinamizaram estas sessões e conseguiram cativar todos os presentes, mostrando que, com este tipo de iniciativas, é possível contribuir, desde cedo, para a criação de bons hábitos e mudança de outros menos correctos.
E como se portaram tão bem, os meninos da EB1 da Boa-Fé receberam, no final, a respectiva carta de condução, o que motivou a alegria e orgulho gerais!

Vista geral do Polidesportivo, em plena acção

O bom exemplo é o mais importante

E.B.1 da Boa-Fé

quinta-feira, 19 de março de 2009

FOMOS PARA FORA... CÁ DENTRO!

No âmbito do projecto “Ler é para todos!” em desenvolvimento no presente ano lectivo, as turmas 3º A e 4º B da EB1/JI Boa-Fé deslocaram-se, no passado dia 10 de Março, à Unidade Especializada de Apoio a Crianças com Multi-deficiência, com o intuito de conhecer o espaço e conviver com os colegas.
Graças à hospitalidade de toda a equipa da Unidade e ao entusiasmo generalizado das crianças, foi possível transformar a tarde numa festa onde não faltaram os fantoches, as canções e a dança. Foram, portanto, momentos bem passados, onde para além do lúdico, ficámos a conhecer melhor todas as crianças, o espaço e a sua organização, a forma como as actividades se desenrolam, alguns materiais auxiliares ao desenvolvimento das rotinas, a constituição da equipa, entre outros aspectos.
As professoras Cecília e Fátima, exibindo uma pequena lembrança para a sala.

A Profª Cecília explicando aos meninos as rotinas
Eis os comentários de alguns alunos envolvidos:
“Acho que as professores que tomam conta das crianças deficientes são muito competentes e dedicadas a elas. Deve ser um trabalho um bocadinho difícil mas recebem as crianças com carinho e conseguiram que elas cantassem muito bem a canção do Girassol.” Cláudia Moga, 4ºB
“Não devemos gozar com os outros só por serem diferentes. Também nos podia acontecer a nós.” Ana Cristina, 3ºA
“Achei muito bonita esta visita, as minhas colegas dançaram muito bem e acho que os nosso amiguinhos desta sala ficaram muito contentes.” Cátia Matos, 4ºB
“Foi muito engraçado, foi uma oportunidade óptima para nos darmos conta da vida das pessoas deficientes.” Marcelo Aparício, 4º B
“Gostei da dança dos meninos. Gostei de visitar a sala da minha irmã.” Márcia Vidigal, 3º A
“Gostei muito do teatro e das caras bonitas e felizes dos meninos da sala.” Ana Mª Canário, 4º B
“ Gostei de participar na dança e gostava de repetir a experiência.” Joana Ablú, 3ºA
“Não devemos deixar os meninos deficientes para trás porque eles precisam muito do nosso carinho.” André Canário, 3º A
“Nunca tinha visitado esta sala. Está muito engraçada e bem adaptada para crianças deficientes. Desta vez foi diferente, foi a nossa vez de ir à sala destes meninos.” Raquel Pedras, 4ºB
“Gostei muito de mergulhar na piscina de bolas.” Paula Almeida, 3º A.


E.B.1/JI da Boa-Fé

SEGURANÇA RODOVIÁRIA ...UM TEMA SEMPRE ACTUAL!

Nos dias 16 e 17 do corrente mês, a nossa Escola recebeu a visita do agente da Escola Segura que veio realizar uma acção de sensibilização sobre o tema “Segurança Rodoviária”.
O Agente Canário, na sua intervenção recorreu a uma apresentação multimédia muito apelativa. Todas as turmas da Escola foram convidadas a participar, tendo as crianças manifestado muito interesse, participando e revelando alguns conhecimentos sobre esta matéria.
Posteriormente (dias 19 e 20) terão lugar sessões práticas no Polidesportivo desta Escola, usando sinais, rotundas e passadeiras construídas pela Junta de Freguesia, tendo como objectivo proporcionar uma situação o mais aproximada possível da realidade. Algumas crianças deslocar-se-ão em bicicleta, patins ou trotinetes enquanto outras desempenharão a função de peões.
Para acompanhar estas acções práticas e proceder à sua divulgação contaremos, ainda, com a presença dos órgãos de comunicação local Jornal “Linhas de Elvas” e Rádio Elvas.
A Escola congratula-se com este tipo de iniciativas, mostrando a maior das disponibilidades para colaborar, pois é prevenindo que se evita o acidente e é sempre bom lembrar que as crianças de hoje serão os condutores de amanhã!

O Agente Canário, um amigo de longa data da Escola,
sempre disponível para ajudar

A apresentação ajudou os meninos a compreender melhor

E. B. 1 da Boa-Fé

quinta-feira, 5 de março de 2009

CAPAS PARA LIVROS DO PLANO NACIONAL DE LEITURA



Durante o mês de Março, celebramos os livros e a leitura!
Por essa razão, a Biblioteca Escolar do 1º CEB lançou um desafio: criar novas capas para alguns dos livros do Plano Nacional de Leitura.
As equipas de ilustradores que já chegaram à Biblioteca, dedicaram-se à leitura para, depois, darem largas à sua criatividade. O nosso trabalho continua. Possivelmente, em breve teremos uma exposição.
Ficam aqui registos fotográficos de alguns trabalhos e a capa com maior popularidade: a do Traje Novo do Imperador. Porque será tão popular?

Escola E.B. 1 da Boa-Fé

quarta-feira, 4 de março de 2009

OS CAMPONESES

Era uma vez, numa zona muito quente, dois camponeses chamados Zé e Carlos que trabalhavam no campo. Trabalhavam muito, todo o dia expostos ao Sol sufocante do Verão.
Na altura da sementeira, plantavam as sementes que tinham, que eram poucas. No mercado, o preço dos grãos tinha vindo a aumentar consideravelmente.
Do pouco que semeavam, os ratos comiam, os pássaros pilhavam, e do pouco que sobrava, os ladrões roubavam uma parte e ainda por cima vinham os cobradores a dizer:
- Dá os grãos!
Enfim, o que sobrava era uma ninharia. Porém, aconteceu que num ano, graças a poupanças de esforço incomensurável, conseguiram comprar materiais que utilizaram para construir um espantalho. Então, semearam e ficaram de guarda em vez de ir fazer trabalhos extra: os ratos pouco comeram, os pássaros pouco pilharam, os ladrões não foram roubar-lhes os grãos, (provavelmente porque estavam a assaltar outra casa), mas os cobradores cobraram-lhes a mesma quantia. Então, conseguiram acumular alguns excedentes.
Acontece que, num dia de grande agitação, o Zé lembra-se de dizer ao Carlos:
- É verdade…estamos na época de venda.
- E então? – Perguntou Carlos.
- Podíamos ir vender os excedentes ao mercado da outra cidade, -admoestou Zé – ouvi dizer que lá o pão e os cereais se vendem depressa.
- Porque não? Podíamos ganhar algum dinheiro indo vender para lá…
- Então, está acordado!
No dia seguinte, puseram-se a caminho da cidade com os seus cereais.
No mercado venderam, como previsto. Mas, avistaram outros dois camponeses que tinham tantos excedentes, que a sua quantia parecia uma gota de água dentro dum barril de dez litros.
Eles perguntaram aos camponeses como tinham tal riqueza, e um dos camponeses respondeu:
- Nós vivemos perto de uma zona muitíssimo fértil, basta atirar umas quantas sementes para a terra ao pé do rio, e nos seguintes dias estão a nascer cereais.
- Se quiserem, venham viver e trabalhar connosco, mas têm de fazer as tarefas mais difíceis. – Disse o outro camponês com um brilho cínico nos olhos.
Eles concordaram em ir, mesmo que fizessem as tarefas mais difíceis, haveriam de lucrar.
Passados uns meses, tinham o que queriam. Bastantes excedentes, e já tinham vendido muito.
Até as tarefas mais “duras” eram as mais leves para Zé e Carlos. Simplesmente, esse modo de vida não tinha desafios. Zé e Carlos atiravam meia dúzia de sementes para a terra e nasciam bastantes cereais.
Antes, tinham de estar a cuidar sempre da terra, afugentar os ratos, os pássaros e até livrarem-se dos ladrões. Agora, nada…
Certo dia, aborrecidos, decidiram fala com os camponeses.
- Desculpem, mas nós vamos voltar para casa – disse Carlos.
- E então porquê? – Perguntou um dos camponeses, com óbvia aflição.
- Este modo de vida não serve para nós. – Retorquiu Carlos. Estamos fartos de fazer trabalhos tão leves. Lavar a loiça, cozinhar, e plantar.
- Mas, assim, quem faz isso? – Perguntou o camponês.
- Vocês! – Disse Zé com fúria que se ameaçava alastrar para o exterior.
Dizendo isto, Carlos e Zé foram-se embora.
Quando estavam na sua humilde casa, Carlos disse a Zé com um sorriso cansado desenhado nos lábios:
- Penso que fizemos o acertado. Mesmo que tenhamos tudo e trabalhemos pouco, não penso que alcançaremos a felicidade.
-Pois…- Disse Zé.
- Prefiro muito mais trabalhar no duro e ter apenas o suficiente para sobreviver do que ter tudo facilmente.
- Concordo plenamente… – retorquiu Zé com uma expressão calma.
Dizendo isto, puseram-se os dois ao trabalho, enquanto contemplavam o crepúsculo vespertino que se desenhava na abóbada celeste.

Rafael Belchior, nº 18, 7º C

NAS MONTANHAS (2ª PARTE)

Era o terceiro dia nas gigantescas montanhas. Artur estava na sua tenda definitiva a almoçar. De vez em quando soprava uma ténue aragem que procurava entre os arbustos uma prova de vida.
Ele, desde o primeiro momento que tinha posto os seus pés naquele sombrio lugar, que, em vez de Artur emanar confiança e esperança para continuar, irradiava algo de sobrenatural, algo que se eleva-se a qualquer coisa humana, algo que não brincava com os sentimentos duma pessoa, mas algo que procura-se no mais fundo lugar do seu íntimo, fazendo essa mesma pessoa sentir-se num mundo em que tudo é morto e inerte, sombrio e maculado de verdadeiro pecado.
Artur olhou para a sua tenda, mas procurava uma coisa: uns punhais. Examinou minuciosamente a sua tenda, e pouco depois, encontrou vários punhais. Eram três: uma tinha o cabo bordado a ouro, e nele estavam embutidas esmeraldas e safiras, com a lâmina em prata. A outra era diferente: tinha o cabo de prata, com rubis, e a lâmina era de ouro. Finalmente, a última, era a menos opulenta, mas a mais bonita para Artur. Tinha o cabo em aço, com desenhos um pouco confusos, deviam ser de árvores, ou algo semelhante, e a lâmina, muito trabalhada, com desenhos élficos. Essa lâmina emanava tal sensação de épocas arcaicas que Artur até se questionou se não teria centenas, até milénios de anos, quando os elfos, os entes, as fadas reinavam na terra. Artur, pensando para si mesmo, alvitrou: “Tenho a certeza de este pequeno punhal é um precioso artefacto…”
Depois, deitou-se por cima da urze, estava calor, e em breves momentos depois observou as árvores. Estava numa floresta composta por tílias, abetos, carvalhos e pinheiros. Os carvalhos, com grande envergadura, envergavam miríades de folhas. Olhou para o céu. Há dias que andava de viagem, comendo pouco, e não dormindo praticamente. Uma ponta de inveja desenhava-se no seu rosto. Ele gostava de ser uma nuvem, branquinha, imaculada, e livre de quaisquer obrigações. Eles passavam devagar e imponentemente pelo céu azul-turquesa, fazendo trejeitos engraçados. As nuvens moveram-se pesadamente e impetuosamente, ocultando o sol temporariamente. O rosto de Artur estava agora desprovido de sol. Mas, depois a silhueta das nuvens voltaram a trazer o sol de volta á terra, anunciando uma festa para as criaturas vivas, e o semblante de Artur voltou a ser iluminado. Os minutos iam passando e ele estava ali, olhando para as nuvens. Os minutos rapidamente foram passando até que, pouco a pouco, o sono se foi apoderando dele e tudo se transformou num grande borrão azul - esverdeado.

Artur acordou de sobressalto. Estava a suar bastante, com uma sensação que fora arrancado do seu espaço tangível, e que estava num mundo estranhamente virtual, como num sonho, ou num jogo de computador. Soprava uma ténue brisa vinda de Oeste, mas alternava-se a brisa compassadamente entre Poente e a Nascente. Ainda meio confuso, sentou-se num tronco, junto ao mar, assistindo a um bonito, mas estranhamente demorado crepúsculo, mas o sol não era normal, era muito maior e mais vermelho, muito melancólico e muito velho. “Isto tudo não passa de um sonho…” – Especulou sucintamente Artur, relutantemente, com receio que aquilo pudesse ser a própria realidade, mas o lugar onde se encontrava estava completamente mudado. Apesar disso, ele esperava acordar à tarde, não em pleno crepúsculo vespertino.
“…a não ser que alguém me tenha levado para aqui”- completou Artur a sua frase, parecendo a mais lógica. Artur há pouco estava demasiado preocupado e aflito para observar o espaço e o lugar donde se encontrava. Mas, depois de observar o espaço à sua volta atentamente, discerniu vários elementos do cenário. Estava numa clareira, e como estava aparentava estar demasiado calor, devia ser verão. Um pequeno lago estava entre um promontório e entre uma casita. Tordos e andorinhas voavam freneticamente descrevendo órbitas rectilíneas e curvilíneas descompassadamente.
Viu um velho. Aproximou-se e perguntou educadamente:
-Boas. Sabe dizer onde estamos? – Disse Artur relutantemente, tentando que a pergunta não soasse estúpida, mas em vão.
- No nada. – Respondeu o velho, com uma má disposição evidente.
-Não percebo, mas pronto…- retorquiu Artur, - Como se chama?
-Que te interessa?
-Bem, não sei… - disse Artur sucintamente, não por estar mal – humorado, ou confuso, mas porque simplesmente, para ele, essas palavras chegavam.
-Não falo com escumalha, nem me dou com pessoas como tu, nem com pessoas com poderes mágicos. – Alvitrou o velho. - Graças a essa ralé, é que aqui estou.
-O quê? Mas nem me conhece! Não me precisa de tratar com esse desabrimento!
-Cala-te! – Já conheci muitas pessoas como tu que aqui vieram parar. – Já explorei este mundo, que é muito pequeno. Já procurei em todos os desabrimentos e em todas as planícies. Até que deduzi: isto é uma espécie de inferno!
O velho estava a suar bastante. Mas, por mais estranho que fosse ele sentia muito frio e sentia-se molhado. O velho mantinha-se ali, cofiando a barba de vez em quando, e fitando-o com uma cara de caso, franzindo o sobrolho. Envergava vestes muito simples, e uns simplórios sapatos. A sua cara enrugada demonstrava ansiedade, demonstrando que não era assim tão frequente receber pessoas.
-Não se sente frio? – Perguntou Artur apertando as mãos nos ombros, e ao mesmo tempo, inconscientemente, tentando desesperadamente salvar a situação delicada que os envolvia. O velho era provavelmente a única maneira de obter informações sobre aquele estranho sítio. O velho, quanto a ele, valia-lhe a companhia de Artur.
-Não, por acaso está bastante calor, sempre tem estado. – Retorquiu o velho.
- De qualquer maneira, jovem, - Artur já tinha alguma idade, o que demonstra que o velho estava lá há mais de uns bons oitenta anos - entre em minha casa, afinal já há vinte anos que não recebo ninguém.
-Não. Você é uma pessoa execrável e egoísta. Afirmou coisas sobre mim mas, afinal, não tem bases para se apoiar, não tinhas argumentos para dizer tal coisa sobre mim. - Embora Artur tivesse dito isto, uma coisa revolvia-lhe as entranhas, parecendo-lhe a ele que a situação estava completamente perdida.
Durante alguns momentos um silêncio sepulcral envolveu a atmosfera dos dois, originando uma sensação desconfortável. Ouviam-se os pássaros a piar vivamente, com um ímpeto colossal. Depois, para espanto de Artur, o velho abriu a sua boca, anunciando a sua resposta iminente:
- Era só um teste. Vou conter-lhe uma coisa: Há muitos anos, há mesmo muitos anos, era uma criança, quando encontrei uns bosques que diziam que era sagrado. Não avisei ninguém e um dia resolvi aventurar-me. Mas acabei por perder-me. Tentei encontrar o caminho de regresso, mas não consegui e o sono dominou-me. Quando acordei, estava neste mundo. Enfim… Depois conto-te a história toda. Mudando de assunto, que idade achas que tenho?
-Irrefutavelmente, oitenta anos. – Respondeu com sinceridade e com mais precisão que conseguiu transmitir.
O velho retorquiu perplexo:
- Oitenta anos… Na verdade tenho oitenta anos. Mas só que com mais cem. Ou seja cento e oitenta.
- O quê? – Exclamou completamente perplexo Artur.
- Isso mesmo, cento e oitenta, - Respondeu o velho com orgulho e melancolia ao mesmo tempo, fazendo Artur sentindo-se confuso – neste planeta não morres, só envelheces. Estar aqui é o mesmo que estar numa fonte da vida. – Alvitrou o velho. - Entra.
O velho zelosamente abriu a porta do que evidentemente era o sítio onde residia e entrou. Artur até pensou que o velho estaria incumbido de limpar e manter a ordem naquela casa, como se a casa não fosse sua, pois estava tudo imaculado e desprovido de qualquer tipo de sujidade. Obedeceu ao velho. Tinha uma casa faustosa, mas só o interior. A cama com lençóis de seda parecia cama dum rei. O velho tinha coisas luxuosas, mas poucas. Á excepção duma jarra de porcelana que elucidava tempos arcaicos, como o tempo da magia élfica, a cama, o sofá e um estranho utensílio de que Artur não conseguiu discernir o que era á primeira vez, o resto da casa era praticamente normal. Mas por fora a casa parecia mais um casebre. Artur ficou confuso com a comparação; se lá fora estava tudo pobre e a cair, porque é que por dentro a casa era bonita, e elegante? Então o velho sentou-se no seu sofá e com cara de caso começou a matutar em qualquer coisa, mas primeiro acendeu o cachimbo. Artur sentou-se também. Os minutos iam passando. Tudo, mesmo tudo naquela casa era mágico, maravilhoso, intrigante, belo. O velho, aparentemente, quase morto, com muita dificuldade em andar, - Que Artur percebeu logo na primeira vez que olhou para ele, estafado e farto da vida como um velho – o velho dirigiu-se á lareira, depositou lá alguns paus – Embora com muito esforço – e proferiu estranhas palavras, fazendo com que a lareira se acende-se, gradualmente, pouco a pouco. Artur ficou espantado e perguntou ao velho, como fizera aquilo, pelo que o velho respondeu: “Sou um eremita, sei lidar com a magia!”. De seguida sentou-se e voltou ao seu estado de pensamentos “sábios”. Ouvia-se apenas a lenha a crepitar, envolta na sua rede de magia, e a respiração compassada dos dois. Artur intrigou-se de como é que o velho teria parado ao mundo em que agora estava inserido. Ele dissera que graça á escumalha é que tinha ali parado, mas também que se tinha aventurado pelo bosque sagrado. Tentando desviar as suas introspecções funestas, Artur estava ciente em que já tinha visto o estranho e enigmático utensílio. Artur levantou-se impaciente em direcção ao utensílio, mas tropeçou no que aparentava ser um simples lençol de cama, e o era, e caiu, derrubando a irrefutavelmente cara e preciosa jarra.
O velho levantou-se de súbito, e com uma raiva que se tivesse capacidade de a emanar, era capaz de derreter rocha, transformando-a em cinza. Começou a praguejar e vociferar palavrões. Quando se acalmou um pouco, mas ainda muito zangado replicou:
Que delito que causaste! Que incúria da tua parte! A minha almejada jarra, partida! – Disse sem fôlego e bastante irado o velho. – Fora da minha casa! Rua seu vândalo!
Artur percebeu que o velho era bastante irascível, e o seu humor era bastante volúvel. Foi então que se causou a derradeira e última querela entre os dois. Ora ofendia um o outro ou vice-versa.
-Não te quero mais aqui! Rua! – Disse o velho, estando iminente o fim da contenda, mas com um pouco de relutância.
-Estou de saída. – Disse Artur bruscamente, e irado.
Dirigiu-se á porta, agarrou o puxador, já do lado de fora, vacilou um pouco, mas depois fechou a porta com quanta força podia. Tal foi a força que partiu parte do tecto, fazendo estremecer o chão, fazendo tudo retumbar. Lá fora, ele sentou-se, aflito, respirando descompassadamente. O velho saiu de casa disparado e agarrou-o pelo pescoço, murmurando umas palavras esquisitas que Artur nunca ouvira. A última visão de Artur naquele mundo foi ver o velho ir-se embora para a sua agora destruída casa.
Não, não, não! – Gritou ele, antes de, antes de…acordar.
Subitamente acordou, abrindo os olhos relutantemente, como se houvesse esperança de estar vivo. A sua respiração estava descompassada. Passaram uns longos minutos e a sua respiração voltou a estar compassada. Foi então que reparou que já estava noite e o sol já se pusera. Reparou então de que tudo não passava de um sonho, melhor dito um pesadelo. O solo estava ligeiramente húmido e o ar fresco revelando que tinha chuviscado recentemente. Então, isso explicaria, porque em pleno sonho que aparentava estar lá muito calor e ele tinha frio e sentia-se molhado, enquanto no seu mundo, estava a dormir, e estivera a chuviscar.
Sentou-se. Tinha a boca húmida e os olhos esbugalhados. Reparou então em duas silhuetas, silhuetas de homens provavelmente, ou coisas altas, que na escuridão não era possível discernir o que eram. Artur ficou aflito e tentou permanecer imóvel enquanto as misteriosas pessoas – ou coisas – se movia rapidamente. As criaturas proferiram algumas palavras na língua arcaica, a língua dos elfos. Então as silhuetas moveram-se para uma posição de claridade, enquanto Artur as viu e gritou aterrorizado do que via. Eram…!

Rafael Belchior, nº18, 7ºC

EMBORA DOA...NADA VAI MUDAR


Os alunos do 5ºB realizaram no âmbito das aulas da área curricular não disciplinar de Formação Cívica um trabalho sobre o tema "Embora doa... nada vai mudar". Os alunos pretendem com este trabalho alertar toda a comunidade escolar para os problemas relaccionados com a violência nas suas várias formas.Também os maus tratos a animais foram uma preocupação dos alunos da turma.

CONCURSO «UM LEITOR É UM SONHADOR»

Todas as Escolas de 1º Ciclo do Ensino Básico do nosso Agrupamento de Escolas vão participar no concurso “Um Leitor é um Sonhador”, promovido pela Direcção Regional de Educação do Alentejo. Ao todo, temos 16 turmas participantes, estando envolvidos os quatro anos de escolaridade.
Na primeira eliminatória, a realizar na sala de aula (de 9 a 12 de Março), serão seleccionados dois alunos por turma, os quais irão à segunda eliminatória (que terá lugar de 27 a 30 de Abril) na Biblioteca Escolar da sede do Agrupamento de Escolas, fase de apuramento do representante de cada ano de escolaridade na final do Concurso a realizar dia 27 de Maio de 2009, no Auditório da Drealentejo.
Os livros a trabalhar, de acordo, com o regulamento, foram seleccionados das listas de obras recomendadas para leitura orientada e incluem autores como Luísa Ducla Soares, Alice Vieira, João Pedro Mésseder, entre outros nomes importantes da literatura infanto-juvenil.
De acordo com a organização, os objectivos deste Concurso são a promoção da leitura e o desenvolvimento da expressão e compreensão escritas/orais. Desejamos vivamente que, para além desses aspectos tão importantes, todos os participantes se divirtam muito!
Mais informações em:
E.B.1 da Boa-Fé

CALENDÁRIO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS 2009

Todas as semanas, a Biblioteca Escolar do 1º Ciclo recebe duas turmas (3º A e 4º B) da EB1 da Boa-Fé, com alunos da Unidade Especializada de Apoio a crianças com multideficiência em regime de inclusão para que, conjuntamente, sejam desenvolvidas actividades relacionadas com o livro e com a leitura, de acordo com as orientações do Plano Nacional de Leitura.
O projecto denominado “Ler é para todos!” pretende criar, no espaço da Biblioteca Escolar, um ambiente agradável e propício à socialização dos alunos com necessidades educativas especiais, em torno das histórias e dos livros mas, para além disso, motivando a participação de todos e o espírito de entreajuda e partilha.
Nas sessões do mês de Janeiro e, após a leitura e exploração do poema de Matilde Rosa Araújo “Os Direitos das Crianças” complementado por belíssimas imagens de artistas e pintores contemporâneos, os alunos ilustraram, com base nesta temática, Calendários 2009 para distribuir nos vários pólos do Agrupamento e junto de entidades que se relacionam com a Escola.
Com a mensagem:

“Unidos pela esperança
Com amor vamos crescer
Os Direitos da Criança
São mesmo para valer!”

Os alunos e professores desejam a todos um ano 2009 pleno de solidariedade!


E.B.1 da Boa-Fé

A SEMANA DO MARÉ

Fomos observar um olival, que é um conjunto de oliveiras. O Maré adorou aprender os nomes colectivos . Ele ficou admirado como é que uma palavra no singular indica um conjunto de coisas, pessoas ou animais da mesma espécie.
Esta semana os colegas do 3º ano aprenderam a décima. Quando aprendemos a décima a professora Clara trouxe uma cartolina cor de chocolate e disse que era uma unidade. Dividimos a cartolina em dez partes iguais e cada uma dessas partes chama-se décima.
Cortámos uma décima da cartolina.
À tarde, tivemos uma surpresa: comemos mesmo um bocadinho de chocolate!

A nossa turma vai participar num concurso « Um leitor é um sonhador» e vamos ler estes livros do Plano Nacional de Leitura, que o Maré tem junto dele.
Os alunos do 2ºano vão ler “ As moedas de ouro de pinto Pintão” de Alice Vieira e os alunos do 3º ano vão ler “Não posso comer sem limão”de João Pedro Mésseder. Consultem o site:

http:// baudasletras.drealentejo.pt/

Desfile de Carnaval Escolar
No dia 20 de Fevereiro de 2009 foi o desfile escolar. Nós fomos vestidos de gota de água porque é a nossa área de projecto. A avó Carmelinda, de 70 anos participou no nosso desfile.Nós também levámos o Maré vestido com nós. Ele veio da Figueira da Foz da EB1 de Buarcos, porque nós estamos no projecto viajantes e temos um blog.
Escola E.B. 1 da Raposeira